​A Festa das Trombetas​

37,819 visualizações

A Festa das Trombetas é a primeira das festas de outono entre as sete festas de três tempos. A Festa dos Tabernáculos, que é o terceiro dos três tempos representativos, inclui a Festa das Trombetas, o Dia da Expiação e a Festa dos Tabernáculos. Na Festa das Trombetas, quando tocavam as trombetas, segundo as regras desta festa os israelitas separavam um tempo de arrependimento, purificando seus corações até o Dia da Expiação.

As trombetas são um instrumento musical que adiciona força e vitalidade a uma melodia. É utilizado para diversos fins, como a corneta que anuncia a manhã, um sinal de alarme para a guerra, etc. Na Festa das Trombetas, uma das festas solenes de Deus, eram utilizadas trombetas para anunciar o Dia da Expiação que vem logo após e para instar o povo ao arrependimento. Por que Deus ordenou aos israelitas tocar as trombetas de arrependimento? Nesta época, qual trombeta devemos tocar e de quais pecados devemos nos arrepender? Averiguemos o significado contido na Festa das Trombetas.

A origem da Festa das Trombetas

Assim como as outras festas anuais, a Festa das Trombetas também encontra a sua origem nas obras de Moisés. Após cruzar o mar Vermelho, os israelitas chegaram ao deserto do Sinai. Como Moisés não descia do monte após quarenta dias, os israelitas pensaram que ele havia morrido. Então, fizeram um bezerro de ouro, um ídolo, como um deus que os guiasse. Esquecendo a graça e o poder de Deus, que os tirou do Egito e lhes concedeu a liberdade, eles adoraram o bezerro de ouro. Como resultado, a ira de Deus se ascendeu contra os israelitas.

Quando Moisés desceu do monte com as tábuas dos dez mandamentos após quarenta dias, enfureceu-se ao ver os israelitas adorando lascivamente o ídolo e jogou as tábuas que estavam em suas mãos e as quebrou ao pé do monte. Nesse dia, houve um conflito no acampamento e morreram quase três mil pessoas que haviam participado da idolatria.

Os israelitas compreenderam que haviam esquecido o Deus Todo-Poderoso e haviam se apartado de suas leis e mandamentos. Depois, despojaram-se de seus ornamentos e oraram se arrependendo ansiosamente a Deus. Finalmente, Deus ordenou a Moisés que subisse ao monte Sinai novamente para receber os dez mandamentos, no dia primeiro do sexto mês segundo o calendário sagrado. Após jejuar outros quarenta dias, Moisés que subiu ao monte outra vez recebeu as segundas tábuas dos dez mandamentos e desceu do monte no décimo dia do sétimo mês. Deus designou este dia, o dia em que Moisés desceu do monte, como o Dia da Expiação; e dez dias antes, o primeiro dia do sétimo mês, como a Festas das Trombetas.

“Disse mais o SENHOR a Moisés: Fala aos filhos de Israel, dizendo: No mês sétimo, ao primeiro do mês, tereis descanso solene, memorial, com sonidos de trombetas, santa convocação. Nenhuma obra servil fareis, mas trareis oferta queimada ao SENHOR.” Lv. 23:23-25

“No primeiro dia do sétimo mês, tereis santa convocação; nenhuma obra servil fareis; ser-vos-á dia do sonido de trombetas. Então, por holocausto, de aroma agradável ao SENHOR, oferecereis um novilho, um carneiro e sete cordeiros de um ano, sem defeito; e, pela sua oferta de manjares de flor de farinha, amassada com azeite, três décimas de um efa para o novilho, duas décimas para o carneiro e uma décima para cada um dos sete cordeiros; e um bode, para oferta pelo pecado, para fazer expiação por vós, além do holocausto do mês e a sua oferta de manjares, do holocausto contínuo e a sua oferta de manjares, com as suas libações, segundo o seu estatuto, em aroma agradável, oferta queimada ao SENHOR.” Nm. 29:1-6

O primeiro dia do sétimo mês segundo o calendário sagrado é a santa convocação da Festa das Trombetas, comemorada com toques de trombetas. O décimo dia do sétimo mês é o Dia da Expiação, quando os israelitas eram perdoados de todos os seus pecados cometidos durante o último ano. Para se prepararem devotamente ao Dia da Expiação, anunciavam previamente que este dia se aproximava ao tocarem trombetas dez dias antes, na Festa das Trombetas. O toque de trombetas na Festa das Trombetas tem um significado simbólico: insta-nos ao arrependimento, recordando-nos que devemos ser mais puros de coração e reverenciar a Deus, pois restam dez dias até que nossos pecados sejam expiados de acordo com a promessa de Deus.

O arrependimento e a expiação estão inseparavelmente relacionados, bem como estão conectadas as festas: a Festa das Trombetas e o Dia da Expiação. Apenas quando alcançarmos o verdadeiro arrependimento, a graça da expiação de Deus sobrevém a nós.

Arrependei-vos, porque o reino dos céus está próximo

Jesus também instou as pessoas ao arrependimento quando veio a esta terra há dois mil anos.

“Daí por diante, passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus.” Mt. 4:17

A primeira coisa que as pessoas devem fazer à medida que se aproxima o reino dos céus é se arrependerem. Isto porque os que não se arrependem plenamente não podem obedecer verdadeiramente à vontade de Deus, e como resultado não entrarão no reino dos céus.

Às vezes, ouvimos nas notícias dos jornais e da televisão sobre delinquentes que cometem crimes terríveis e, contudo, não se sentem culpados. Os que não têm consciência de pecado nem sabem se suas ações foram corretas ou incorretas não podem se arrepender de seus pecados mesmo que sejam castigados severamente e fracassam em se redimir. Espiritualmente acontece o mesmo: os que não reconhecem seus pecados são incapazes de se arrepender, e sem o arrependimento não podem ter fé nem obediência, nem o verdadeiro amor por Deus. Mesmo que a Bíblia diga: “Regozijai-vos sempre. Orai sem cessar. Em tudo, dai graças”, não conseguem compreender por que precisam cumprir essas palavras.

“Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós.” 1Jo. 1:8-10

A Bíblia diz: “Se dissermos que não temos cometido pecado, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós”. Somos pecadores. Aqui, nossos pecados se referem fundamentalmente aos pecados cometidos no céu antes de nos vestir da carne. Jesus nos ajudou a compreender que somos pecadores, dizendo: “Arrependei-vos”, e nos explicou sobre os nossos pecados e transgressões através da seguinte parábola:

“Continuou: Certo homem tinha dois filhos; o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe. […] o filho mais moço, ajuntando tudo o que era seu, partiu para uma terra distante e lá dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente. Depois de ter consumido tudo, sobreveio àquele país uma grande fome, e ele começou a passar necessidade. […] Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morro de fome! Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores. E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou. […]” ​​Lc. 15:11-21​

O fato do filho mais novo ter regressado a seu pai significa que se arrependeu de coração. O núcleo do ensinamento de Jesus na parábola do filho pródigo é o arrependimento.

Na parábola, são descritos nossos pecados simplesmente como o ato de ter esbanjado a riqueza do pai. Contudo, quando examinamos a Bíblia, podemos compreender que os pecados que temos cometido no passado no céu, o mundo angélico, não eram leves. A Bíblia nos mostra que éramos anjos no céu, porém nosso coração se tornou arrogante por causa de nosso transbordante esplendor que pecamos e fomos jogados a esta terra (Ref. Ez. 28:11-17, Is. 14:4-15). Os pecados que cometemos foram, entre outros pecados, crimes tão graves que merecem pena de morte (Rm. 6:23).

Não reconhecemos que tipo de pecados cometemos no céu e apenas perseguimos os desejos da carne nesta terra; éramos como o filho pródigo. Na parábola, quando o filho se arrependeu recordou o amor de seus pais por si e regressou para casa. Do mesmo modo, quando nos arrependemos podemos compreender a graça e o amor do Pai e da Mãe que perdoam nossos pecados e nos recebem com alegria e podemos voltar à nossa casa celestial.

Deus se agrada com os que se arrependem

Através da Festa das Trombetas, devemos compreender corretamente a vontade de Deus que nos insta ao arrependimento sincero, para que possamos amar e honrar verdadeiramente a Deus e nos dirigir ao eterno reino dos céus. Se temos sido inconscientes de nossos pecados passados e não temos obedecido completamente à vontade de Deus, devemos nos arrepender de todos os nossos pecados a partir de agora. Deus se agrada muito quando os pecadores que estavam destinados a morrer se arrependem verdadeiramente e cujas almas revivificam.

“O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. […] Entretanto, era preciso que nos regozijássemos e nos alegrássemos, […]” Lc. 15:22-32

“Então, lhes propôs Jesus esta parábola: Qual, dentre vós, é o homem que, possuindo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove e vai em busca da que se perdeu, até encontrá-la? Achando-a, põe-na sobre os ombros, cheio de júbilo. E, indo para casa, reúne os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida. Digo-vos que, assim, haverá maior júbilo no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.” Lc. 15:3-7

Deus está esperando ansiosamente na porta do reino dos céus que seus filhos se arrependam de seus pecados e voltem para ele. Entendendo esse coração do Pai e da Mãe, devemos nos arrepender, plena e completamente de nossos pecados que temos cometido.

Cristo perdoou nossos pecados

Até que fôssemos libertados do pecado, Cristo se sacrificou e pagou nossos pecados com seu precioso sangue. Jesus derramou o seu próprio sangue precioso na cruz para expiar nossos pecados como escarlate e morreu em nosso lugar, redimindo-nos dos pecados, nós que estávamos condenados à morte eterna por causa do pecado.

“Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram. […] Adão, o qual prefigurava aquele que havia de vir. […] porque, se, pela ofensa de um só, morreram muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça de um só homem, Jesus Cristo, foram abundantes sobre muitos. O dom, entretanto, não é como no caso em que somente um pecou; porque o julgamento derivou de uma só ofensa, para a condenação; mas a graça transcorre de muitas ofensas, para a justificação. Se, pela ofensa de um e por meio de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo. Pois assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida. Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores, assim também, por meio da obediência de um só, muitos se tornarão justos.” Rm. 5:12-19

“Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. […]” ​Fp. 2:5-11

Jesus Cristo sofreu tanto que até mesmo orou: “Meu Pai, se possível, passe de mim este cálice!”. Contudo, sabia que era impossível expiar os pecados e transgressões de seus filhos sem passar por esse processo. Então, levou nossos pecados, sendo obediente à vontade de Deus até a morte, de acordo com as profecias da Bíblia. Mediante seu sacrifício na cruz, liberou toda a humanidade das cadeias do pecado e a colocou na lista da salvação.

Cristo que veio a terra para nos buscar perdoou todos os nossos pecados através do seu precioso sangue de expiação. Portanto, já não devemos nos enredar na sombra do pecado, fazendo amizade com os delitos. Os que se arrependem completamente nunca mais pecam. Como a Bíblia nos diz que se temos ressuscitado com Cristo, devemos nos despojar do velho homem, assim nos desfaçamos de todos os nossos hábitos pecaminosos e nos revistamos do novo homem, como a família de Sião. A Bíblia ensina que a Noiva do Cordeiro se veste de linho fino, as ações justas dos santos (Ap. 19:6-8).

A menos que nos arrependamos, não podemos levar o mundo ao arrependimento. Se compreendemos o sacrifício de Deus por nós, precisamos refletir sobre nossa vida e nos arrepender por completo de nossos pecados e transgressões, confessando-os a Deus, para que possamos viver, santa e piedosamente, conforme a sua agradável vontade.

Toquemos a trombeta do arrependimento ao mundo

A Festa das Trombetas não é apenas uma festa em que os israelitas tocavam trombetas em preparação ao Dia da Expiação nos tempos do Antigo Testamento, mas também uma festa que mostra que tipo de trombeta devemos tocar nesta época. Nós, que vivemos na última época do evangelho, devemos tocar a trombeta do arrependimento ao mundo. Deus nos concedeu a Festa das Trombetas porque deseja que nos arrependamos de nossos próprios pecados e também que toquemos a trombeta de arrependimento a toda a humanidade.

O profeta Jonas fugiu de Deus, porém quando se arrependeu, tocou fortemente a trombeta do arrependimento, e guiou a se arrependerem cento e vinte mil pessoas da cidade de Nínive. Pedro negou a Jesus, porém depois de se arrepender, pregou o evangelho de Cristo e guiou três mil pessoas ao arrependimento em um só dia, para que pudessem receber a verdade. Nós também devemos nos arrepender com contrição e guiar todas as pessoas ao caminho da salvação tocando a trombeta do arrependimento ao mundo inteiro.

Essa trombeta anuncia as boas-novas: “O reino dos céus está próximo. Portanto, vamos ao reino celestial, depois de sermos redimidos de todos os nossos pecados”. Os que ouvem o som da trombeta, arrependem-se e percebem seus pecados, podem ir diante de Deus e receber o perdão dos pecados. Desta maneira, a Festa das Trombetas contém esse grande significado espiritual.

A história da Bíblia mostra que sempre houve vitórias após ser soada a trombeta. Quando Gideão e os seus trezentos guerreiros tocaram as trombetas, derrotaram o vasto exército midianita de cento e trinta e cinco mil homens e triunfaram. Quando o exército de Josué rodeou a cidade de Jericó sete vezes e tocou as trombetas, as muralhas da cidade caíram. Eles confiaram em Deus e fizeram apenas como ele lhes havia ordenado. Apesar de não saber o que aconteceria, avançaram com a fé de que Deus daria a vitória de qualquer maneira.

O mesmo acontece com a trombeta do evangelho que devemos tocar nesta última época, a época do Espírito Santo. Sem dúvida, tocar a trombeta nos dará a vitória. Se segurarmos a trombeta, mas não a tocarmos, de que adiantará? Toquemos a trombeta do evangelho com clareza e energeticamente a todos os povos do mundo. Enquanto isso, peço mais uma vez que nos arrependamos com toda a nossa devoção, a fim de sermos os filhos de Deus dignos de estar de pé sem mancha e irrepreensíveis perante Deus quando entrarmos no reino de Deus.