1. Os Dez Mandamentos e o Tabernáculo
Quando Moisés recebeu as tábuas de pedra com os dez mandamentos escritos no monte Sinai, Deus lhe mostrou o tabernáculo do céu. Moisés que desceu do monte Sinai transmitiu ao povo a palavra de Deus e mandou reunir os materiais como ouro, prata, linho fino e algodão, para que construíssem o tabernáculo para guardar os dez mandamentos. Eles trouxeram ofertas voluntárias todos os dias, e como reuniram muitos materiais para a construção do tabernáculo, Moisés lhes disse que não trouxessem mais (Êx. 35:4-36:7).
Técnicos como Bezalel e Aoliabe que receberam habilidade e inteligência por Deus, começaram a construir o tabernáculo, terminado no primeiro dia do primeiro mês do seguinte ano, e puseram a arca da aliança, contendo as tábuas de pedra com os dez mandamentos no Santo dos Santos (Êx. 40:1-38). O santuário foi feito com tenda de linho fino retorcido. Por isso o santuário era chamado de tenda, além de tabernáculo. O tabernáculo não era um templo fixo, mas sim móvel, devido a que os israelitas sempre se moviam pelo deserto.
Depois de Davi, Salomão se tornou rei de Israel e começou a construir o templo de Deus no ano quarto do seu reinado conforme a última vontade de seu pai Davi. Depois de sete anos e seis meses, o templo foi concluído e a arca da aliança foi guardada no templo estacionário (1Rs. 6:1-38, 2Cr. 5:1-7:1).
2. A Estrutura do Tabernáculo
O tabernáculo era um templo retangular móvel, com 50 côvados de largura e 100 côvados de comprimento. ※ Côvado: Uma unidade linear antiga, baseada no comprimento de um antebraço, de aproximadamente 44,5 centímetros; havia alguma diferença dependendo dos períodos e regiões.
A entrada do tabernáculo dava para o oriente, e o Santo dos Santos, onde estava o trono de Deus, dava para o ocidente. O altar do holocausto para oferecer a oferta queimada estava localizado de frente à entrada, e depois a bacia estava posta para lavar as mãos e os pés antes de entrar no santuário. O santuário estava dividido em um exterior e um interior. O lugar exterior era chamado de Santo Lugar ou santuário, e o interior do santuário era chamado de o Santo dos Santos.
No Santo Lugar (santuário) estava o altar do incenso, o candeeiro de ouro e a mesa para pôr os pães da proposição. No Santo dos Santos estava a arca da aliança que tinha os dez mandamentos. Havia um véu entre o Santo Lugar e o Santo dos Santos, e o véu bloqueava o caminho ao Santo dos Santos. Contudo, quando Jesus Cristo morreu na cruz, o véu do santuário que bloqueava o caminho ao Santo dos Santos do Santo Lugar, se rasgou em duas partes, de alto a baixo, e foi aberto o caminho ao Santo dos Santos (Mt. 27:50).
3. A Árvore da Vida e os Dez Mandamentos
Os sacerdotes ofereciam os sacrifícios no tabernáculo segundo os regulamentos. Entre os utensílios do tabernáculo, o mais importante era a arca da aliança, que tinha as tábuas das pedras dos dez mandamentos. A arca da aliança ficava no Santo dos Santos. Ninguém podia entrar no Santo dos Santos exceto o sumo sacerdote ungido. Ele entrava ali uma vez por ano, depois de fazer a expiação aspergindo o sangue do novilho no Dia da Expiação (Lv. 16:6-34, Hb. 9:1-11). A tampa da arca da aliança se chamava propiciatório, e em cima deste havia querubins que estendiam asas. Estes querubins representam os querubins que guardavam a árvore da vida no jardim do Éden. Isto significa que Deus nos deu os dez mandamentos no lugar da árvore da vida que estava no jardim do Éden. Por isso se alguém entrava, como quiser, no Santo dos Santos, onde estavam os dez mandamentos (a árvore da vida), não podia evitar a morte. Quando os dois filhos de Arão trouxeram fogo estranho diante de Deus, o que lhes não ordenou, foram mortos pelo fogo que saiu de diante de Deus (Lv. 10:1-2). Uzá estendeu a sua mão à arca de Deus e morreu imediatamente (2Sm. 6:6-8). Isto porque os querubins que guardavam a árvore da vida do jardim do Éden, tinham uma espada flamejante (Gn. 3:24).
4. O Santuário Terreno e o Santuário Celestial
O santuário terreno construído por Moisés era um modelo do santuário celestial onde Cristo ofereceria os verdadeiros sacrifícios como o mediador no futuro. Quando oramos a Deus todos os dias em contínuo holocausto e cada dia de repouso, Cristo serve como o sacerdote no santuário celestial, por isso as nossas orações sobem diante do trono de Deus como a fumaça do incenso para que sejam respondidas. Assim mesmo, durante os tempos de oração das festas ordenados por Deus, Cristo serve como o sacerdote e mediador no santuário celestial, e assim podemos nos comunicar com Deus. (※ Mediador é alguém que intervém entre duas partes ou pessoas para reconciliá-los.) Cristo se tornou em sacrifício pacífico para nos reconciliar com Deus. E também ele estabeleceu a Nova Aliança, para que ele sirva como o mediador que converte o coração de Deus aos seus filhos e o coração dos filhos a Deus (Ref. Hb. 9:15, Rm. 3:25).
O apóstolo Paulo escreveu que os santos dos tempos do Antigo Testamento guardaram as festas de Deus na terra, e que os santos dos tempos do Novo Testamento estão guardando as festas da Nova Aliança no céu (Ref. Hb. 12:22-23). Portanto, através de todos os estatutos no santuário terreno, podemos compreender o santuário celestial e o significado das festas que se guardam no santuário celestial; e se não compreendermos o santuário celestial, nunca poderemos compreender as festas da Nova Aliança nem guardá-las que nos redundam em salvação.
Cristo ainda está mediando no santuário celestial servindo como o sacerdote. Através disso, ele faz com que as nossas orações cheguem ao trono de Deus no contínuo holocausto, nos cultos do dia de repouso e nas festas solenes. Gravando no coração a mediação de Cristo com agradecimento, guardemos sagradamente os estatutos e as leis de Deus, a fim de receber o perdão de todos os nossos pecados como o povo de Deus.